segunda-feira, 18 de março de 2013

Do joelho à cabeça não vai uma grande distância!

  Frequentemente esquecemo-nos, ou tão pouco consciencializamos, que somos de facto um corpo que funciona TODO ele de forma integrada e não um conjunto de peças independentes que calham estar ligadas umas às outras. Porque "comemos" a vida muito com os olhos, isto é, com o sentido da visão, frequentemente o que não conseguimos ver através dela, tocar, agarrar é considerado uma das peças soltas desta grande máquina, o corpo humano, que usamos para explorar o mundo. É o caso da mente, do cérebro. Porquê mente e porquê cérebro? Porque é o cérebro enquanto orgão que permite a construção e existência de uma mente.
   Se todos conseguirmos considerar o cérebro como um músculo e a mente como as funções que o esse músculo nos permite desenvolver então manter-nos-emos todos na mesma linha de pensamento. O problema surge  frequentemente quando não consideramos o cérebro e a mente nestes moldes...E se quando fazemos uma entorce no tornozelo buscamos logo um especialista, por outro lado deixamos que as "entorces" mentais se prolonguem demasiado no tempo, atingido o ponto de ruptura "muscular", isto é, até que o cérebro adoeça de facto. Como vimos portanto, do joelho à cabeça não vai assim uma grande distância. É tudo uma questão de perceção.
   E então o que podemos fazer? Bom, a situação é muito mais simples do que parece, se estivermos dispostos a aprender! É preciso ter paciência e auto-compaixão acima de tudo e também uma boa dose de auto-disciplina.  Frequentemente estas não são competências que praticamos em nós mesmos mas são poderosas ferramentes no processo de recuperação de qualquer problema de saúde! 
  Há quase um ano atrás rasguei a cartilagem do joelho direito e posso garantir-vos com toda a sinceridade que foi o músculo da cabeça, o cérebro que me manteve sã e a caminho da melhor recuperação possível. Na eminência de ter de adiar uma série de projetos devido à incapacidade para andar, correr e fazer a minha vida normal confrontei-me com uma escolha muito simples: a busca de uma solução alternativa para continuar no ativo ou a entrega ao estado de revolta que estava a sentir. Escolhi a primeira opção.
   É importante em qualquer recuperação acreditarmos que temos o poder de escolher, independentemente de as escolhas serem mais ou menos dificeis ou agradáveis. Esta sensação de poder permite-nos sentir controle sob situações que tantas vezes nos transcendem e exigem aceitação. Foram os livros, os artigos cientificos, a leitura, a escrita, a criação de eventos onde pudesse estar sentada a partilhar conhecimento, a prática da gratidão para com o apoio que tive de amigos e familiares que me permitiu estar aqui, passado quase um ano, mais forte do que quando tudo aconteceu. E quando digo  mais forte, falo tanto a nível do joelho como da mente! Quando o corpo nos coloca limitações fisícas façamos por exercitar a mente! O Cérebro é um orgão poderoso e ansioso por ser exercitado! Quando o cérebro e a mente nos colocarem limitações, façamos por continuar a exercitá-los na medida do que nos é possível, combatendo a acomodação, praticando atividades fisicas e cognitivas que promovam o bem-estar! Usemos o corpo como um TODO integrado pois de facto, do joelho à cabeça, não vai uma grande distância e devemos dançar a vida!

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